Consumo de vinhos orgânicos cresce mundialmente

Vinícola chilena Matetic se destaca entre viajantes e consumidores brasileiros. Importadora Grand Cru aponta 60% de aumento no consumo.

Dados do relatório Organic Wine Market Forecast to 2028 indicam que tanto a produção como o consumo de vinhos orgânicos devem seguir em tendência de alta acelerada. As previsões apontam que esse mercado deve atingir US$ 24,55 bilhões em 2028, um crescimento anual médio de 12% em relação ao patamar registrado em 2022, da ordem de US$ 12,47 bilhões.

Em função desse cenário, uma das primeiras vinícolas a implementar o cultivo orgânico e biodinâmico no Chile tem chamado a atenção dos viajantes e consumidores brasileiros. Trata-se da Matetic, que está localizada na região do Vale do Rosário, a cerca de apenas uma hora de distância do Aeroporto Internacional de Santiago.

De acordo com a importadora Grand Cru, houve crescimento de 60% na venda de produtos Matetic de janeiro a outubro de 2024 em comparação com o mesmo período do ano passado. Já no caso de vinhos orgânicos em geral, o crescimento no volume de importação foi da ordem de 11,4% entre janeiro e agosto deste ano versus o mesmo período de 2023.

Além de oferecer vinhos de alta gama, a Viña Matetic conta com uma infraestrutura completa e uma série de serviços para receber os visitantes. Há tours pelos vinhedos e às modernas e sustentáveis instalações, além de diversas degustações, sempre com o acompanhamento de experientes enólogos. Há também o hotel La Casona, que conta com 10 amplos apartamentos com vista à belíssima paisagem do entorno e que proporciona experiências turísticas, como caminhadas e passeios em bicicleta.

De caráter familiar, a empresa, fundada em 1999, ocupa 130 hectares plantados a distâncias entre 8 km e 17 km da costa, o que determina sua condição de clima frio, mediterrâneo, definido pela forte influência do Oceano Pacífico. Na prática, a água fria vinda do mar se traduz em brumas matinais que cobrem os vinhedos e desaparecem com a brisa marítima que chega à tarde, o que, por sua vez, contribui para a manutenção das baixas temperaturas.

O clima, aliás, tem influência direta no processo de amadurecimento das uvas e, consequentemente, no tipo de vinho produzido. Em regiões de temperaturas predominantemente frias, a maturação da fruta é lenta, o que resulta em bebidas mais leves e menos alcoólicas, com aromas frescos e equilíbrio natural de acidez.

Para completar, os vinhedos da Matetic apresentam solos graníticos antigos, com boa drenagem, ricos em cristais de quartzo, argilas vermelhas, tufos vulcânicos e alguns carbonatos, com baixo teor de nutrientes. Isso obriga as raízes das videiras a explorarem a terra profundamente em busca dos nutrientes necessários, o que acaba por se traduzir em uma maior expressão dos solos no vinho – boa tensão, taninos longos e notas minerais.

Atualmente a vinícola possui quatro vinhedos de clima frio, dois dos quais no D.O. de Casablanca e os outros dois no D.O. de Santo Antonio. Juntos, contemplam 130 hectares de vinhedos costeiros, todos certificados como orgânicos e biodinâmicos.

Além de trabalhar com castas tradicionais de clima frio, como Chardonnay, Sauvignon Blanc e Pinot Noir, a Matetic se destaca pelo cultivo da cepa Syrah – comumente associada a temperaturas quentes, embora alguns dos seus melhores expoentes mundiais sejam de áreas com clima moderado, como o norte de Ródano, na França.

A vinícola foi pioneira no desenvolvimento desta variedade em uma zona fria e costeira do Chile, criando, assim, uma nova categoria para o país. O primeiro rótulo lançado foi o EQ Syrah com a colheita de 2001, que conseguiu se posicionar como um vinho de alta gama, alcançando 93 pontos na conceituada revista norte-americana Wine & Spirits, referência no mercado internacional.

Foto: Divulgação via AD Comunicação

Sobre o Autor

Related posts

Leave a Comment